Translate

terça-feira, 29 de maio de 2012

Animais como mecanismo de redução do estresse no trabalho


Nos dias atuais, a maioria das pessoas passa a maior parte de seu tempo no ambiente de trabalho; nesse local estão presentes inúmeros fatores que podem afetar o bem-estar físico e psicológico das pessoas ali presentes. Como sabemos, o trabalho é uma das fontes de satisfação de diversas necessidades humanas, como auto-realização, manutenção de relações interpessoais e sobrevivência. Porém, pode ser fonte de adoecimento quando contém fatores de risco para a saúde do trabalhador.


O desgaste emocional a que as pessoas são submetidas nas relações com o trabalho é um fator muito significativo que afeta a saúde do trabalhador trazendo como consequência transtornos físicos e psicossociais, como depressões, ansiedade patológica, pânico, fobias e doenças psicossomáticas. Diante deste quadro, passou a haver uma preocupação com a qualidade de vida no trabalho como forma de minimizar os efeitos negativos que o estresse causa aos indivíduos e às organizações.

Dentre as possibilidades de investimento na qualidade de vida dos funcionários, algumas empresas vêm adotando o programa de inserção de animais no ambiente de trabalho. Percebe-se que muito se tem a ganhar com a implantação deste programa de manejo de estresse ocupacional, pois trata-se de uma proposta viável, de baixo custo de implantação, com pouca alteração da rotina de trabalho dos funcionários, trazendo benefícios tanto para a saúde e bem-estar do trabalhador, quanto para o bom desenvolvimento da organização.

Pesquisas realizadas na Austrália, África do Sul, Estados Unidos, entre outros países, têm mostrado os benefícios da interação entre homem e animal. Os pesquisadores Johannes Odendaal e Susan Lehmann realizaram um estudo publicado no Journal of the American Association of Human-Animal Bond Veterinarian, concluindo que, após 15 minutos de interação entre homem e cão, ocorrem mudanças hormonais benéficas envolvendo endorfinas beta, phenilatalamina, prolactina, dopamina e oxitocina, entre outros hormônios. A liberação dessas substâncias contribui não só para o aumento da satisfação das pessoas, mas também diminui o cortisol – hormônio do estresse. Além disso, o convívio com um animal, ativa um neurotransmissor que libera a serotonina, uma substância sedativa e calmante, melhorando o humor, o estado de espírito, a disposição, além de contribuir para que a pessoa se torne mais centrada e ativa.

A presença de um animal na empresa é uma tendência que começa a ganhar espaço pelo bem-estar que promove. Empresas americanas e européias e até mesmo algumas brasileiras estão descobrindo a importância de permitir que, em situações especiais e definidas em conjunto pela comunidade empresarial, seus funcionários possam levar seus animais de estimação para o ambiente de trabalho. Tais empresas e psicólogos organizacionais vêm descobrindo que com a presença de seu bicho de estimação as pessoas ficam mais alegres, mais descontraídas, mais calmas, menos estressadas. Em um escritório, local normalmente sóbrio e sério, o animal atrai a atenção, modifica o ambiente, gerando um clima mais descontraído e de interação.

Ter um mascote na organização ainda é uma prática informal, mas tende a fazer parte da cultura de algumas empresas, pois vem conquistando cada vez mais adeptos, visto os benefícios que proporciona.

Glaucielle Oliveira, Psicóloga

Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. DOTTI, Jerson. Terapia & Animais: Atividade e Terapia Assistida por Animais – A/TAA – Práticas para Organizações, Profissionais e Voluntários. São Paulo: PC Editorial, 2005. 


Disponível em: http://www.sjbonline.com.br/opiniao/animais-como-mecanismo-de-reducao-do-estresse-no-trabalho